Em meio a um dos trechos mais bem preservados de mata atlântica do país, a apenas 70 km de São Paulo, o município de Juquitiba acaba de identificar os principais benefícios socioeconômicos e ambientais oferecidos pela natureza em seu território.
O mapeamento e a valoração dos “serviços ecossistêmicos” presentes no município foram realizados no dia 8 de fevereiro por cerca de 30 membros do poder público, representantes da sociedade civil e do setor privado, em uma oficina coordenada pelo Instituto Terra Luminous, com parceria da Fundação Florestal – gestora das áreas protegidas no Estado de São Paulo – e apoio do Fundo Casa Socioambiental. A oficina aconteceu na sede do Rio Abaixo, importante empreendimento de turismo de natureza (rafting) da região.
Para realizar o mapeamento, os participantes utilizaram uma ferramenta desenvolvida por Rodrigo Victor, da Fundação Florestal, que permite identificar as principais áreas de oferta de água, biodiversidade, produção de madeira e alimentos, controle de erosão e enchentes, áreas de interesse turístico, entre outros. Apoiou a oficina a pesquisadora Luciana Ferreira, do programa de pesquisa Biota Síntese, da USP.
Os mapas resultantes servirão de base para a revisão do Plano Diretor de Juquitiba, atualmente em curso, contribuindo para que os serviços ecossistêmicos sejam incorporados ao planejamento urbano da cidade, que se encontra junto ao Parque Estadual Serra do Mar – maior área de preservação da mata atlântica do país – e integra simultaneamente duas das sete Reservas da Biosfera da UNESCO presentes no Brasil.
“São informações relevantes para complementar os instrumentos clássicos de planejamento municipal, de forma a que levem em conta aspectos ambientais que são essenciais ao bem-estar humano”, explica Rodrigo. “Em Juquitiba, considerar os serviços ecossistêmicos é especialmente importante, uma vez que o município integra o sistema de mananciais que responde por grande parte do fornecimento de água para o Estado de São Paulo”.
