A Mata Atlântica vem sendo devastada à exaustão desde o início da colonização portuguesa. Atualmente possui a menor cobertura original de vegetação entre todos os biomas brasileiros – algo em torno de 12%. Inúmeras espécies da flora e fauna estão em risco de extinção, entre elas a palmeira juçara, o pau-brasil, a araucária e animais como a onça pintada, a anta e muitos outros. Atualmente são 593 vertebrados ameaçados de extinção
Domínio x Remanescentes da Mata Atlântica.
Fonte: Grande Reserva Mata Atlântica
O Bioma concentra mais de 70% da população do país, sendo 90% em áreas urbanas.
Dessa forma, o conflito entre as ocupações humanas e a conservação da floresta é tema de extrema relevância, especialmente na área que abriga cerca de 10% da população brasileira, a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), a maior metrópole do país e uma das maiores do mundo.
Localizada em área de extrema relevância ambiental, um hotspot de biodiversidade, reconhecido pela UNESCO em 1994 como Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo, a RMSP tem como desafio conciliar expansão e adensamento urbano com a proteção de sua rica biodiversidade, essencial prestadora de serviços ecossistêmicos, como provisão de água potável e regulação do clima.
Em 2022 o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgou os dados do desmatamento ocorrido na Mata Atlântica entre os anos de 2020 e 2021. Neste período, foram desmatados 21.642 hectares. Esse valor corresponde a um aumento significativo (quase o dobro) em relação às últimas medições (2019 – 2020 = 13.053 hectares e 2017 – 2018 = 11.399 hectares). Isso significa que, em 2020 e 2021, perdemos 59 hectares de Mata Atlântica por dia, ou 2,5 hectares por hora, que correspondem a 10,3 milhões de toneladas de CO² emitidos na atmosfera. Esse desmatamento crescente é alarmante!
Existe solução
Mesmo frente a todas as dificuldades e ameaças que a Mata Atlântica sofre ao longo de séculos, também existem algumas oportunidades. Uma delas é centrada no conceito de serviços ecossistêmicos. A Mata Atlântica fornece serviços ecossistêmicos para mais de 60% da população brasileira: dialogar entre vários setores que dependem desses serviços pode alavancar uma agenda sustentável. Outras alternativas também são possíveis, como sistemas agroflorestais e a restauração ecológica em larga escala, lembrando que serviços ecossistêmicos são os serviços indispensáveis fornecidos pela natureza à sobrevivência do ser humano, estando associados à qualidade de vida e bem estar da sociedade.
O Programa Cinturão Verde Itariru atua nesse sentido, de buscar alternativas que mantenham a floresta em pé, aliando conservação ambiental com bem-estar das pessoas que vivem nela.