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Governança e Não Violência: eu tenho um sonho

Democracia-capitalista é um sistema falido. Nenhuma novidade. Uma governança baseada em valores como: consumo, acúmulo de capital e status e no princípio de “quem ganha é a maioria”.

Assim, vivemos num mundo com decisões tomadas por votações em que há, invariavelmente, ganhadores e perdedores. “O perdedor de hoje pode ser o ganhador de amanhã.” Essa é uma das linhas de código desse sistema social. Um combustível que alimenta a crença que está no ar e que respiramos nesse mundo tóxico. E nessa toada, as pessoas vão se contentando com a dinâmica perversa e violenta, acreditando que só pode existir essa forma de nos organizarmos socialmente.

Oh!

Acontece que a médio-longo prazo o placar desse jogo ganha X perde – perde X ganha será sempre perde X perde. Ou seja, absolutamente insustentável. É esse castelo de cartas que está desmoronando à nossa frente no cenário político, orquestrado possivelmente por um outro grupo, ou outra camada da matrix que manipula as marionetes do plano visível aos reles mortais.

Mas… as camadas estão se desfazendo, uma a uma e a verdade parece desvairada, faminta e decidida a imperar. Vejo isso acontecendo com velocidade no campo dos relacionamentos interpessoais também . Tudo o que é verdadeiro, que está sendo sentindo, vivenciado em sintonia com o plano das necessidades humanas e universais, emerge, floresce, frutifica.

Um mundo tangível de relações ganha-ganha, plenas de autenticidade e consideração, verdade e cuidado, presença e escuta com real espaço para a cocriação, está sendo tecido nesse momento. E como cuidar sistemicamente dessa nova rede planetária que comunga de valores como propósito, sentido, amor incondicional, liberdade, empatia, colaboração, diálogo, desapego, autoconhecimento e presença?

Há um banquete de plataformas super interessantes no cardápio “novo mundo”. O sistema de governança que me pareceu até agora o mais assertivo e vibrando na mesma frequência desse ganha-ganha é a Sociocracia 3.0, aplicada junto com os princípios das organizações bio-inspiradas e da não-violência, com as várias ferramentas para a evolução relacional disponíveis (sendo CNV a fonte).

O Terra Luminous é nosso laboratório vivo, uma célula experimental desse mundo que queremos viver e, portanto, precisamos criar. Temos aprendido que viver numa comunidade e organização sociocráticas (ou à caminho de), experimentando uma dinâmica de vida que equilibra a equivalência de todas as vozes com a efetividade que uma vida em crescimento pede, requer uma boa dose de desapego do controle e da ordem e assim, dançar no fluxo caórdico é o que resta. Muitos dragões entram em cena. Nossa criança ferida, com nosso algoz interno, mais todas as vozes dos pais, tios e avós ecoando em nossas cabeças… sobre o que é sucesso, realização, prosperidade, amor…

Sonho que logo menos a polis seja governada por princípios sociocráticos e por seres humanos livres, amorosos e conectados com a sabedoria da natureza.

Não é mais preciso ter perdedores. Primeiro precisamos urgentemente elevar a consciência de nossos líderes. Como o acúmulo de capital e status deixarão de ser cultuados em breve, surge uma classe de pessoas que se interessam pelo poder para realizarem seu propósito de serem agentes da transformação. Imagine um mundo em que lideranças guiam processos coletivos de tomada de decisão buscando ativar a inteligência coletiva em prol de todos, cria as condições para que todos recebam a escuta desejada, todos se sentirem pertencentes e corresponsáveis pelo que é edificado nesse sistema. A dialética opressor X oprimido será descrita nos livros de história.

Hora de se descontruir, se reunir, focar no mundo novo que queremos viver e mãos à obra para construí-lo!

Escrito por Fabiana Maia.

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