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Camarão e caranguejo a 700m de altitude

Camarão e caranguejo a 700 metros de altitude?

Sim! Na Mata Atlântica ombrófila densa.

A presença destes organismos indica a boa qualidade das águas, pois são sensíveis às alterações ambientais. Por isso, são importantes bioindicadores para o monitoramento destes corpos hídricos com o objetivo de detectar impactos.

Os crustáceos são um grupo que incluem os camarões e caranguejos, que por sua vez, fazem parte da ordem Decapoda, constituída por aproximadamente 15.000 espécies. Dentre os caranguejos, um quinto de todas as espécies são exclusivamente encontradas em corpos de água doce. Estes caranguejos formam um grupo de macro invertebrados muito importante ecologica­mente. São espécies detritívoras, ou seja, se alimentam de detritos (resíduos orgânicos), contribuindo ativamente para remoção e eliminação de matéria orgânica deixada na natureza por outros organismos. Isso torna estes animais agentes muito importantes na cicla­gem de nutrientes.

Este é um caranguejo da família Trichodactylidae, espécie que pode ser observada principalmente à noite em riachos com correnteza moderada ou forte, essencialmente em lugares onde se acumulam resíduos vegetais.

Já esse camarãozinho, trata-se de um representante do gênero Macrobrachium, e pode se tratar de uma espécie nova para a ciência! Os pesquisadores parceiros do CPMAMA estão conduzindo análises moleculares, em breve teremos novidades a este respeito. Entre os 116 gêneros atualmente reconhecidos de camarões, Macrobrachium é o que apresenta maior número de espécies, sendo 246 validas mundialmente, 20 delas reportadas para o Brasil. Esses camarões também apresentam grande importância nos ecossistemas aquáticos, pois além de serem predadores de outros invertebrados, também servem como presas para peixes.

Estes achados indicam a importância do monitoramento da fauna aquática de nossa região, seguimos adiante para conhecer e preservar.

Literatura consultada e fotos:

LÖEFFLER, Bruna et al. RELAÇÕES BIOMÉTRICAS DO CAMARÃO DE ÁGUA-DOCE Macrobrachium acanthurus. Anais da Mostra Nacional de Iniciação Científica e Tecnológica Interdisciplinar (MICTI)-e-ISSN 2316-7165, v. 1, n. 13, 2020.

SANTOS, Carlos Felipe Gualberto Lima. Influência do ambiente sobre a estrutura populacional de Macrobrachium amazonicum (Heller 1862)(Crustacea: Decapoda: Palaemonidae). 2021.

CumberlidGe, n., p. K. l. nG, d. C. J.yeo, C. maGalhães, m. r. Campos, F. alvarez,t. naruse, s. r. daniels, l. J. esser, F. y. K. attipoe, F. l. Clotilde­ba, W. darWall, a. mClvor, J. e. m. baillie, b. Collen & m. ram. 2009. Freshwater crabs and the biodiversity crisis : Importance, threats, status, and conservation challenges. Biological Conservation 142: 1665-1673.

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